Quem não faz isolamento social, não se higieniza, não toma as precauções devidas e informadas pelo Governo e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) pode ser considerado um psicopata? A resposta é sim. Ressalva-se que é evidente que nisto não se inclui o trabalhador que não teve a opção de parar o seu trabalho para se isolar, por exemplo, mas quem com todas as possibilidades optou por não se prevenir.
De acordo com o novo estudo de Pavel S. Blagov, existe uma forte relação entre não cumprir as medidas preventivas do COVID-19 e possuir um grau de psicopatia, narcisismo e maquiavelismo. O autor vai mais além, apontando que a grande questão é o que ele denomina de Tríade Obscura (desinibição, maldade e psicopatia). Estes três traços de personalidade podem ser extremamente perigosos em uma crise de saúde pública como uma pandemia.
Não é incomum relatos de indivíduos cuspindo ou tossindo no rosto de outros desde o início da pandemia. Isso demonstra um grau de autodestruição e de falta de empatia inexorável.
Frans de Waal, autor do livro "A Era da Empatia", discorre que a empatia é um dos mais arcaicos e principais fenômenos da vida terrestre. Antes mesmo da existência dos neurônios espelhos pode-se atestar graus de empatia em parte das espécies animais.
Empatia para o autor não corresponde com o que muitos pontuam: "se colocar no lugar do outro". Para o autor empatia é um fenômeno inconsciente e que liga indivíduos de uma espécie ou até mesmo interespécies. Nos humanos, a empatia é "seletiva" uns criam mais empatia com outros, mesmo que inconscientemente, é o caso dos times de futebol.
Falando em futebol, uma alusão para a Empatia é o empatar, é entender que o sofrimento do outro é semelhante ao meu. É não estar no lugar do outro sendo "eu" mesmo, mas entender, mesmo que minimamente, o que é nascer, crescer, pensar e estar no lugar do outro e compreender suas emoções e sentimentos. Por isso é muito fácil um abastado chamar um pobre de vagabundo por não estudar.
Certamente, só é possível entender a empatia quando o indivíduo perceber que as alegrias e dores de cada um, apesar de distintas, não pesam mais ou menos, elas empatam. Afinal, não se pode julgar como leviana a dor do outro.
Quem não toma as precauções necessárias na luta contra o COVID-19 aparenta ter um nível reprimido ou baixo de empatia, indicando traços de personalidade psicopata, mas também narcisista, pois só consegue se reconhecer e não tem acesso ao outro; autodestrutivo/maquiavélico, pois se coloca frente a um vírus que ninguém entende muito bem, não existe cura ou vacina.
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